Ansiedade Social e Introversão: 4 diferenças
O comportamento mais reservado dos introvertidos às vezes é confundido com timidez e também com a Ansiedade Social, mas há significativas diferenças. Aqui vão elas!
Importante! Algumas vezes até o próprio introvertido não consegue fazer uma distinção clara sobre seu temperamento. Assim sendo, é importante para ele não assumir que as suas preferências por interações sociais mais tranquilas possam ser sintomas de Ansiedade Social.
Outro fato muito importante: a timidez e a Ansiedade Social são problemas que afetam mais pessoas do que muitos imaginam. A questão é que a grande maioria das pessoas que sofre com o problema não assume ou fala sobre ele, muitas vezes por uma simples questão de vergonha e preconceito. E são estas as mesmas razões pelas quais elas geralmente não buscam qualquer tipo de ajuda.
Em outro artigo já falei sobre a diferença entre a timidez e a introversão sobre o ponto de vista do psicólogo especialista em timidez, Bernardo Carlucci. Aqui vamos falar sobre 4 das principais diferenças entre a Ansiedade Social e a introversão. Este artigo tem como referência o artigo escrito pela psicóloga Ellen Hendriksen: The 4 Differences Between Introversion and Social Anxiety para o site The Quiet Revolution.
Vamos verificar quatro das maiores diferenças:
1: Introversão é inata. A Ansiedade Social é adquirida.
Introversão é uma parte inerente de sua personalidade. E, muito embora, aqueles que são socialmente ansiosos também carreguem uma predisposição genética para isso, há mais do que apenas o temperamento em jogo. Numa analogia indelicada, poderíamos dizer que genética carrega a arma, mas a experiência puxa o gatilho.
Duas coisas acontecem para nos fazer socialmente ansiosos, a primeira é: nós aprendemos. De uma forma ou outra, aprendemos – erroneamente! – que não vamos corresponder a um exame minucioso. Podemos absorver as preocupações de um pai que se preocupa sobre o que os vizinhos pensam, internalizamos a pressão social para ser “extrovertidos” quando não somos, ou tenhamos passado por um trauma social como o bullying. No entanto, Ansiedade Social trabalha o seu caminho em nosso cérebro, de alguma forma desenvolvemos em uma idade jovem a crença de que as pessoas vão nos julgar e encontrar em nós muitas falhas ou defeitos.
O segundo ingrediente para a ansiedade social é a evitação. Nós fugimos no final da reunião, para que possamos escapar da conversa miúda a seguir. Fingimos doença para com isso não termos que ir para a festas, ou olhamos fixos para os nossos telefones sempre que nos sentimos nervosos, tudo o que nos mantém alheios. E, claro, nós nos escondemos no banheiro. Nós não temos a oportunidade de descobrir que estas coisas sociais talvez não sejam tão ruins quanto pensamos.
2: Na Ansiedade Social, há um medo de ser revelado.
Na Ansiedade Social, nós pensamos que há algo de errado conosco (Imagine “pensar” com um grande asterisco porque mesmo que não acreditemos, as nossas falhas percebidas que ou não são verdadeiras, ou apenas são até certo ponto, ninguém se preocupa com elas).
A falha percebida poderia ser física: talvez você acha que fica mais vermelho do que um camarão quando fala. Ou que suas mãos tremem incontrolavelmente e todo mundo percebe. Ou poderia ser uma falha de caráter: você acha que se você falar em sala de aula, todos vão decidir que você é um estúpido ou um perdedor. Você pode temer um desempenho social pobre: você imagina-se congelado e silencioso ou balbuciando qualquer coisa sem nexo diante de uma questão. Não importa o defeito percebido, você teme em revelar ele.
Por outro lado, o introvertido que não é socialmente ansioso pensa que o que você vê é o que existe. Não há nada a ser revelado porque não há nada a esconder.
3: O perfeccionismo estabelece um terreno fértil para a Ansiedade Social.
Longe dos cinquenta tons de cinza, na Ansiedade Social, a sua sagacidade social é preto ou branco. Ou você acha que vai alcançar um desempenho social sem falhas ou está destinado a acabar em um vídeo no YouTube intitulado “Épicos da Falha Social”. Esta a abordagem do tudo-ou-nada nos faz pensar que a única maneira de evitar duras críticas é ser naturalmente espirituoso e encantador. E isso, por sua vez, nos faz sentir paralisados.
Para introvertidos não-ansiosos, ao contrário, ser visto pelos outros não é uma performance. Não há julgamento antecipado. Você pode apimentar sua apresentação com “hums” e lidar com silêncio constrangedor numa conversa, e isso não significa necessariamente algo ruim sobre você, nem há nada em jogo. Em outras palavras, algumas conversas são cativantes e fluem facilmente. Outras podem ser sem graça ou banal, mas você sabe que isso não significa que você também é.
4: A introversão é o seu caminho. A Ansiedade Social fica no seu caminho.
A ansiedade social é impulsionada pelo medo. Isso faz você escapar da festa de aniversário mais cedo, porque você está convencido de que você é chato ou não se encaixa ou que você está se sentindo um peixe fora da água e todos vão perceber. Então você perde o bolo e os parabéns. A ansiedade social fica no caminho de viver a vida. Você perde o que as pessoas têm para oferecer, porque você está fisicamente ausente ou preso no modo preocupado de auto-monitorização, achando que vai fazer ou dizer algo estúpido e que as pessoas vão lhe julgar para o resto da vida.
Como um introvertido, nós podemos escolher não ir a um evento ou apenas ir e sair de lá mais cedo. Mas essa é uma escolha que nós fazemos, e não o nosso medo do julgamento dos outros que escolhe o quão confortável nos sentimos em um evento social ou não.
Assim, à primeira vista, a Ansiedade Social pode parecer uma versão turbinada de introversão, mas elas são bastante diferentes. Enfrentar os seus medos pode fazer toda a diferença. A Ansiedade Social é solucionável. E trabalhar nisso não vai mudar a sua personalidade introvertida.
Referências: Este artigo tem como referência o artigo escrito The 4 Diferences Between Introversion and Social Anxiety pela psicóloga Ellen Hendriksen para o site The Quiet Revolution.
Eu sou Marta Leite, mãe, esposa, Humanistic Professional Coach – IHCOS®, CEO fundadora do site Introvertidamente. Sou uma introvertida intuitiva de Carl Jung, uma INFJ da tipologia Myers Briggs Type Indicator®, ou MBTI®. Sou certificada no Indicador de Preferências Psicológicas Instrumento MBTI® Step I™ e MBTI® Step II Myers Briggs Type Indicator®. O objetivo do meu trabalho é transformar a vida das pessoas através do autoconhecimento. Ajudando as pessoas – as de tipo de preferência de personalidade introvertida principalmente – a desenvolverem os seus potenciais e a se sentirem confiantes.