Introvertidos – como lidar com conflitos?
Embora lidar com conflitos não seja algo apreciado pelos introvertidos, deixar de fazê-lo não resolverá os seus problemas. Como lidar com eles?
Como introvertidos, nós tendemos a não lidar bem com conflitos e confrontos, seja nas nossas relações pessoais quanto nas profissionais. Por vezes isso pode até ser confundido com fraqueza, mas na verdade não é. Antes de tudo, nós introvertidos, principalmente os mais sensíveis, prezamos muito a harmonia nas nossas relações, por isso entrar em discussões e desentendimentos é sempre uma situação particularmente difícil para nós. Obviamente, os argumentos são difíceis para qualquer um, mas para alguém que é mais reservado e que é mais lento com suas palavras para começar, pode ser um completo pesadelo.
“Jamais confunda meu silêncio com ignorância, minha calma aceitação ou minha bondade com fraqueza.” — Anônino
Não consigo lidar com isso
Eu no passado sempre lidei muito mal com conflitos. Consequentemente, em discussões com familiares, muitas vezes eu silenciei minhas necessidades pessoais como forma de não entrar em atrito. Colegas de trabalho de “personalidade forte” e ambientes de trabalho hostis sempre me causaram angústia e repulsa.
Porém, à medida em que o tempo foi passando, eu fui percebendo que minha incapacidade de lidar com estas situações estava me tornando ressentida e passivo-agressiva nos meus relacionamentos pessoais. Assim como eu estava me sentindo insatisfeita e insegura no que dizia respeito aos meus objetivos profissionais.
Quando descobri minha introversão, percebi o que estava por trás dessa minha aversão aos conflitos. Como uma introvertida mais sensível, eu percebi a forma como eu frequentemente reajo aos conflitos. Se você é um introvertidos mais sensível, possivelmente se identificará com o que eu exponho sobre minha experiência pessoal aqui. Abaixo vai as razões pelas quais eu lidava – e por vezes ainda lido – mal com conflitos.
Eu choro
Eu já disse que eu não sou alguém que chore com facilidade, mas conflitos são uma excessão. Então, para começar, fico muito emocionada. Às vezes até o ponto das lágrimas. E isso é algo e embaraçoso para mim porque, por mais sensível que eu seja, eu também sou muito orgulhosa. Dito isso, a última coisa que quero quando estou confrontando alguém é que ele me veja desmoronar por causa do quanto estou chateado.
Confronto me intimida
Isso é a consequência do primeiro item. Em um esforço para evitar ter que lidar com o confronto, muitas vezes acabo negligenciando completamente as questões em pauta. Eu me calo: decido que não vou dizer nada sobre isso. O problema é que, com o tempo, eu tendo a me tornar ressentida. Eu já me peguei, inclusive, lidando com estas situações com um comportamento passivo-agressivo.
Outras vezes, não falar sobre o assunto – engarrafar os sentimento – me faz chegar a um ponto em que não consigo mais argumentar, e meu discurso vira para o lado agressivo. E isso não é saudável para nenhum tipo de relacionamento, e eu reconheço isso.
As palavras somem
Uma das principais coisas que tornam os argumentos difíceis para mim é o fato de eu ficar tão nervosa, mas tão nervosa que quando isso acontece, não consigo expor meus pensamentos corretamente. Eu posso sentir todas as minhas emoções com muita força. Mas quando se trata de verbalizá-las, às vezes meu cérebro me trai. Por causa disso eu geralmente não falo sobre isso. Por vezes, nem escrever sobre o assunto eu consigo.
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Saber sobre minha introversão em ajudou a compreender também as consequências às quais eu estaria sujeita caos não desenvolvesse estratégias adequadas ao meu jeito de ser para lidar com este momento. Hoje em dia eu me considero mais aberta a encarar tais situações.
Então, se você se considera um introvertido como eu, qualquer que sejam as suas dificuldades com conflitos, aqui vão algumas ideias que você pode tentar:
Concorde em falar sobre um problema.
Quando você não estiver pronto para conversar, proponha fazer isso num tempo no futuro. Concordar em falar no futuro lhe dará tempo para pensar sobre as coisas, mas também deixa a outra pessoa saber que você pretende conversar eventualmente.
Aproveite o tempo que você precisa para pensar sobre as coisas.
Deixe as pessoas saberem que você precisa de tempo, mas não use isso como uma desculpa para evitar falar.
Expresse discordância de uma maneira que seja confortável para você.
Use sentenças como: como “Tenho algumas preocupações sobre isso” ou “Eu vejo as coisas de forma diferente”. Não deixe as pessoas pensarem que você concorda apenas porque está quieto ou parece estar neutro.
Esteja disposto a expressar e repetir sua percepção da situação até que a outra pessoa tenha ouvido.
Você pode precisar dizer mais de uma vez.
Comunique mais do que apenas sua resposta final.
Compartilhar um pouco do pensamento que levou à sua opinião ou decisão pode ajudar os outros a apreciar melhor seu ponto de vista.
Lembre-se de que os extrovertidos pensam em voz alta.
Não assuma que a primeira coisa que eles dizem será final. Você pode ajudar, pedindo-lhes para esclarecer ou dar um exemplo.
Quando você perceber que cometeu um erro, tome medidas imediatas para corrigi-lo.
Não fique quieto e torcendo para que ele simplesmente desapareça.
Aprenda a perceber quando você está ficando tenso.
Os sinais do seu corpo permitem que você saiba quando é hora de fazer uma pausa.
Procure por algum humor.
Sorrir e rir pode ajudar você e os outros a se sentirem mais à vontade.
Siga algumas dessas diretrizes, e você pode lidar com conflitos, solução de problemas ou qualquer outro problema de confronto desconfortável que você, como introvertido, pode ter que enfrentar.
Eu sou Marta Leite, mãe, esposa, Humanistic Professional Coach – IHCOS®, CEO fundadora do site Introvertidamente. Sou uma introvertida intuitiva de Carl Jung, uma INFJ da tipologia Myers Briggs Type Indicator®, ou MBTI®. Sou certificada no Indicador de Preferências Psicológicas Instrumento MBTI® Step I™ e MBTI® Step II Myers Briggs Type Indicator®. O objetivo do meu trabalho é transformar a vida das pessoas através do autoconhecimento. Ajudando as pessoas – as de tipo de preferência de personalidade introvertida principalmente – a desenvolverem os seus potenciais e a se sentirem confiantes.