Este ano eu vou… sugestões para um bom ano novo à moda PAS
Quais são as suas decisões para o Ano Novo? Quaisquer que sejam, aqui vão algumas sugestões que serão bastante úteis para as Pessoas Altamente Sensíveis.
Como já escrevi antes não gosto da pressão que se coloca sobre as pessoas no início de cada ano. É um tal de “ano novo, vida nova” ou de “promessas de ano novo” que, de modo geral, nada mais fazem do que semear o sentimento de frustração quando, ao término do tal ano novo, nos dermos conta de que muitas dessas resoluções ficaram pelo caminho. Sem contar que, na maioria das vezes, as tais “resoluções de ano novo” têm mais à ver com coisas que temos que fazer para nos adequar ao que o mundo espera de nós (perder alguns quilos, começar a fazer exercício, aprender tal idioma, etc.) do que aquilo que realmente desejamos fazer.
Porém, apesar de tudo, gosto muito desta simbologia de renovação e da ideia de ciclos em nossa vida. E acredito que se é verdade que a vida se renova a cada dia, também é verdade que determinados momentos (ano novo, aniversário, formatura etc.) trazem consigo um chamado para que avaliemos nossa vida e, se for o caso, busquemos realizar as mudanças que realmente têm a ver conosco e com a pessoa que nós somos. E foi pensando nisso que decidi-lhe apresentar algumas sugestões que podem lhe ajudar a cuidar melhor da sua sensibilidade neste novo ano.
Nem é preciso dizer que se trata apenas disto: sugestões que você pode explorar como quiser. Pode escolher uma ou algumas delas para se concentrar ao longo do ano, pode experimentar uma a cada mês até definir quais considera importantes para tornarem-se parte efetiva da sua rotina ou pode usar esta lista para criar as suas próprias intenções específicas de PAS. O importante é recolocar as práticas de autocuidado como uma parte essencial do seu estilo de vida. E que melhor época do que o começo do ano para isto, não acha?
E agora, as minhas sugestões:
Aposto que você já adivinhou, né? Não se trata exatamente das tradicionais resoluções de ano novo. Na verdade, é tudo sobre autocuidado. Meu desejo de ano novo para você é que o autocuidado se torne uma parte importante do seu estilo de vida.
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Reserve algum tempo para a inatividade
A prática mais essencial para qualquer PAS é garantir algum tempo de inatividade todos os dias. Isso também inclui dormir o suficiente para se sentir descansado(a). O tempo de inatividade é essencial para as pessoas altamente sensíveis. Devido à nossa propensão para o processamento em profundidade, precisamos de mais tempo do que para digerir as informações que captamos do mundo ao nosso redor e nos recuperarmos da estimulação. O tempo de inatividade também nos ajuda a gerenciar nossa emocionalidade intensa, nos dando o espaço necessário para identificar e assimilar nossas emoções.
Dica: Tente passar uma hora de silêncio desestruturado antes de dormir todas as noites, além de um intervalo ao meio-dia para sentar-se em silêncio ou dar um passeio ao ar livre.
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Priorize suas necessidades.
Obter tempo de inatividade suficiente significa estabelecer limites em nossas atividades e, principalmente, em nossos compromissos com os outros. Como diz a dra. Elaine Aron: “Ninguém sabe o quanto você está cansado, só você”. Dizer não pode ser muito difícil para as pessoas altamente sensíveis, porque nos sentimos culpados quando decepcionamos os outros, mas é absolutamente essencial para evitar o esgotamento.
Dica: Defina uma cota para quantos convites sociais você pode aceitar em cada semana e reserve um dia por semana para o seu autocuidado. Também é útil aprender a dizer “sim, mas” – ou seja um sim condicionado, de acordo com as suas possibilidades. E, finalmente, praticar dizendo “não” em coisas pequenas para ir construindo segurança nesta atitude.
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Tire um tempo para a autorreflexão
Como sentimos tudo tão profundamente, é muito importante dedicamos algum tempo para refletirmos sobre as nossas emoções.
Dica: Existem muitas maneiras de praticar a autorreflexão. Pode ser através de um Diário, da conversa com um amigo ou de algum tipo de arte, ou mesmo da prática de algum tipo de meditação ou da atenção plena. Crie a sua prática, alinhada às suas necessidades.
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Preste atenção na sua respiração
Quando nos sentimos saturados ou ansiosos nosso sistema nervoso entra no modo “lutar ou fugir”. Quando isso acontece, tendemos a adotar uma respiração rápida e superficial. Respirar lenta e profundamente é uma ótima maneira de acalmar o sistema nervoso, interrompendo o circuito do estresse e nos trazendo de volta ao momento presente.
Dica: Com os olhos fechados, respire pelas narinas e depois expire lentamente pela boca pelos lábios franzidos (como se estivesse soprando uma vela). Faça pelo menos três respirações lentas e profundas, tentando fazer cada expiração um pouco mais longa e profunda do que a anterior.
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Seja gentil consigo mesmo(a)
Muitas vezes internalizamos essas mensagens negativas sobre não sermos “bons o suficiente”, o que torna difícil sermos gentis conosco durante os momentos de frustração ou de dificuldade. Mas a autocrítica não nos vai nos fortalecer e nem ajudar a encontrar a solução para nossos problemas. Ao invés disso, experimente usar práticas de autocompaixão para acalmar o seu crítico interior e aliviar o desconforto.
Dica: Sempre que perceber que está sendo duro(a) consigo mesmo(a), faça uma pausa por alguns instantes para fechar os olhos e colocar a mão sobre o coração. Com uma voz interior suave, diga a si mesmo(a): “Faz sentido que eu esteja me sentindo assim. Afinal, este é um problema/desafio grande. Mas eu sei que posso superá-lo. Esse sentimento é apenas temporário”.
É isto aí PAS. Estas são as minhas sugestões para você. Desejo sinceramente que elas lhe inspirem a cuidar-se com carinho. E que este novo ano seja o ponto de partida para um novo estilo de vida mais alinhado com você e com a sua sensibilidade.
Um ótimo ano novo para você e até o próximo mês!
Outros Textos da Autora
Oi, meu nome é Rosalira Oliveira e eu sou a criadora deste site e do Programa Ame Sua Sensibilidade. Meu objetivo é ajudar pessoas altamente sensíveis a compreender e integrar esta característica, reconhecendo-a como um dom, tanto para elas mesmas quanto para as pessoas com as quais convivem. Por quê? Porque conheço bem a sensação de viver se sentindo diferente das demais pessoas, tendo a nítida impressão de que existe algo errado com você. Essa foi, por muito tempo, a minha história.