Superando os desafios de namorar um extrovertido
Namorar um extrovertido pode parecer algo desafiante para você? Aqui vão as dicas de uma introvertida que vive uma relação bem-sucedida com um extrovertido.
Como introvertidos, é comum acreditarmos que um relacionamento amoroso com um outro introvertido seja garantia de sucesso, mas nada pode estar mais longe da realidade do que isso. Com a finalidade de desmistificar um pouco isso, venho compartilhar com vocês um pouco da minha experiência em um relacionamento com um extrovertido. Quais são os desafios, os medos e as alegrias de namorar alguém com um temperamento diferente do meu?
Namorar introvertido não é sinônimo de uma relação de sucesso
Depois de alguns anos de terapia e de começar a entender melhor o que era ser introvertida, tive meu primeiro namorado, que também era introvertido. Alguns podem pensar “perfeito”. Só que não foi bem assim, uma vez que o nível de introversão dele era maior que o meu. E, enquanto eu estava em uma fase de superar algumas crenças e me abrir mais para o mundo, ele não estava no mesmo ritmo. Essa diferença fez com que o relacionamento acabasse depois de 3 meses (sim, foi relâmpago).
Aqui aproveito para deixar a primeira reflexão sobre o assunto principal deste texto: se você é introvertido, namorar um introvertido não é sinônimo de sucesso em um relacionamento. Claro que a pessoa vai entender melhor vários comportamentos seus, mas isso não quer dizer que será um namoro saudável. Vou explicar melhor ao longo do texto.
Aceitando o desafio de namorar um extrovertido
Seis meses depois do término, conheci meu atual namorado, que é a extroversão em pessoa. Ele tem muitos amigos, gosta muito de conversar, de sair, chega nos lugares já se envolvendo com todo mundo, ou seja: o oposto de mim. Estamos juntos há 1 ano e 6 meses e nosso relacionamento é muito saudável. Claro que temos nossos problemas, como todo casal, mas a questão introversão x extroversão é bem resolvida entre nós.
Desde o começo procurei tomar algumas atitudes para que me sentisse confortável e, ao mesmo tempo, participasse do mundo dele também. Confira quais foram as principais:
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Estabelecer os meus próprios limites
Todo introvertido, em algum momento da vida, se cobra para interagir mais com os colegas de trabalho, para sentir-se à vontade em um ambiente desconhecido, para estar empolgado em uma festa e várias outras situações.
Precisamos aprender a respeitar e entender nossos limites. Você não está a fim de ir no happy hour dos seus colegas de trabalho? Está tudo bem, você não é obrigado. Não quer ir naquele evento que todos os seus amigos estão enchendo o saco pra você ir? Não tem problema nenhum, você não é um E.T por causa disso. Com o tempo, a autoaceitação traz segurança, algo fundamental em um relacionamento amoroso.
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Expondo sinceramente as minhas necessidades
Desde os primeiros encontros, deixei bem claro que era introvertida. Acredito que é muito importante deixar a outra pessoa informada sobre alguns comportamentos seus desde o começo. Duas coisas que eu procurei destacar é que eu não sou muito de interagir com as pessoas (uma informação que precisava ser repassada para os amigos e familiares dele) e que eu gosto de ficar sozinha às vezes.
Eu sei que não é a coisa mais fácil do mundo chegar no seu(a) namorado(a) e dizer: “Hoje eu quero ficar sozinho(a)”, mas lembre-se que a sua saúde mental deve estar acima de qualquer coisa. Nos dias que você estiver 100%, dê toda a atenção e carinho para compensar esses momentos de “ausência”. E claro, tenha consciência que o seu(a) parceiro(a) pode demorar para entender isso, porque para um extrovertido alguns comportamentos nossos são muito estranhos (assim como alguns comportamentos deles são muito estranhos para nós). Tudo vai depender da disposição de ambos para fazer dar certo.
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Validando as necessidades do outro
Desde o começo do nosso relacionamento, eu tive consciência que teria que sair da minha “zona de conforto”. Não seria justo apenas pedir e não mostrar que eu estava disposta a ceder também. Felizmente, no começo do nosso namoro eu já tinha derrubado muitas crenças e sentia mais segurança, então não foi tão difícil me sentir bem nessa nova realidade.
Com frequência saio com os amigos dele, vou à casa dele e na maior parte do tempo me sinto tranquila. Quando digo que quero ir embora de algum lugar, ele entende, mas também não peço para ir embora 30 minutos depois que chegamos. Cada um procura deixar o outro confortável dentro das suas necessidades. Não vou dizer que me sinto o tempo todo tranquila, porque a gente nunca se sente, né? #VidaDeIntrovertido. O importante é entender que é essa troca que vai garantir que os dois se sintam bem e felizes no relacionamento.
E você, já se relacionou ou tem vontade de ser relacionar com um extrovertido? Compartilhe sua experiência nos comentários!
Imagem: Foto de Nathan McBride em Unsplash
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Paulistana da ZL, formada em jornalismo, redatora, revisora e apaixonada pelo mundo das palavras. Sua mente não consegue focar em um único assunto, então ela decidiu escrever sobre tudo um pouco.