Alta sensibilidade e manejo do estresse: 10 dicas práticas

Pessoas altamente sensíveis reagem mais forte e rapidamente aos momentos de estresse. Como lidar com isso?

Originalmente postado em: www.amesuasensibilidade.com.br

Por: Rosalira dos Santos

Claro! Aqui está o texto dividido em dois blocos com um subtítulo que conecta bem os dois:


Por que o estresse atinge as pessoas altamente sensíveis tão intensamente?

Não há como fugir: ser uma pessoa altamente sensível significa sentir o estresse com mais rapidez e reagir a ele com maior intensidade. Enquanto pessoas menos sensíveis conseguem lidar com prazos apertados, trânsito congestionado e até com uma máquina de lavar com defeito, nós, PAS, já nos sentimos abalados diante de apenas um desses desafios. E se os três acontecerem no mesmo dia? Ficamos completamente sem chão. Agora, adicione a isso um estresse emocional — vindo de relações pessoais ou da pressão no trabalho — e temos uma receita para o colapso.

Por que isso acontece? Porque uma das características fundamentais da alta sensibilidade é absorver uma enorme quantidade de informação sensorial — muitas vezes inconscientemente. Esse processo, embora natural, exige muita energia. Ruído constante, multidões, prazos apertados… tudo isso sobrecarrega nosso sistema, nos deixando esgotados.

Os desafios que aumentam nossa sobrecarga e estresse

Além disso, temos outros fatores que dificultam nosso equilíbrio: a tendência perfeccionista, o medo de decepcionar, a dificuldade em dizer “não” e até a relutância em desligar o celular, por medo de perder algo importante. A culpa por não estar sempre disponível é um sentimento familiar a muitos de nós.

O resultado? Vivemos em um estado de estresse quase constante — muitas vezes sem nem perceber. Nos movemos tão rápido para dar conta de tudo que ignoramos os sinais do corpo e da mente. Se você já sentiu que está se afogando e mal consegue manter a cabeça fora d’água, é bem provável que esteja lidando com um nível de estresse maior do que deveria.

Viver em estado de hipervigilânciaAlta sensibilidade e manejo do estresse- 10 dicas práticas

O grande problema é que a maioria das PAS não apenas não reconhece os
sintomas
do estresse, como simplesmente continua a “nadar”. Também relutam em pedir ajudapor receio de estar incomodando os demais.  Assim, seguem em frente, ainda que precisem se esforçar cada vez mais para continuarem cuidando de si e dos outros. Acontece que esta é uma má estratégia que pode nos jogar diretamente nos braços do estresse crônico e seu cortejo de males.

Quando não nos cuidamos à tempo o estresse se torna crônico, algo tão presente em nossa vida que nos acostumamos com ele. Neste ponto começamos a ter cada vez mais dificuldade para desconectar e relaxar. E assim cria-se um círculo vicioso:como não relaxamos não damos ao nosso sistema nervoso a oportunidade de processar o excesso de estímulos recebidos e caímos na saturação, como vivemos saturados nos tornamos hipersensíveis, o que aumenta a nossa predisposição ao estresse.

É mais do que lógico que o corpo se ressinta de tanta pressão. A tensão constante tende a esgotar nossas reservas de vitaminas e minerais, prejudicando o funcionamento do sistema imunológico. A baixa imunidade, por sua vez, abre a porta a todo tipo de infecções. Os altos níveis de cortisol exaurem as glândulas adrenais podendo levar a um quadro de fadiga crônica, e por aí vai… estresse consequências.

O que fazer?

Esta é a pergunta que não quer calar e por boas razões. Por um lado, somos altamente sensíveis e essa “abertura” para o mundo é parte intrínseca de quem nós somos. Por outro, não podemos mudar o mundo para ajustá-lo às nossas necessidades e ao nosso nível ótimo de estimulação. Tampouco podemos (ou queremos) passar a vida sob um nível crônico de estresse, não é mesmo?

Por isso devemos aprender a gerenciar o estresse no nosso dia a dia, desenvolvendo técnicas eficazes. O primeiro passo é reconhecer que a causa do estresse está na maneira como reagimos aos estímulos, e não apenas nos eventos externos. Embora não possamos controlar tudo o que sentimos, é nossa responsabilidade reduzir a exposição excessiva e garantir pausas para nos recuperar.

Autocuidado não é fraqueza – é necessidade

Parece simples, mas não é. Muitos dos meus clientes lutam para incluir o autocuidado em sua rotina porque sentem que “não deveriam precisar”. Isso lhe soa familiar?

Se sim, saiba duas coisas: primeiro, esse “deveria” é uma distorção cognitiva vinda do crítico interior. Segundo, nossas necessidades como PAS não significam fraqueza. Assim como certas plantas crescem melhor à sombra, pessoas sensíveis têm condições específicas que devem ser respeitadas.

Com isso em mente, quero compartilhar estratégias práticas para proteger seu espaço pessoal e energético, ajudando a prevenir o estresse. Cabe a você escolher e aplicar o que fizer sentido, com o compromisso de transformar autocuidado em um hábito que traga mais equilíbrio e bem-estar. Vamos lá?

#1. Aprenda a reconhecer os sintomas:

Os sinais de alarme do estresse podem ser uma sensação de inquietude e irritabilidade, de ter a cabeça cheia e não processar mais nada, um aumento da sensibilidade sensorial, visão borrada, dor de cabeça ou tensão muscular, entre outros. É importante prestar atenção e descobrir os seus sintomas, a fim de perceber a hora de parar e revisar seu estilo de vida.

#2. Mova-se:

Mover o corpo é a melhor maneira de esvaziar a cabeça. Quando nos movemos nosso corpo libera endorfinas, um analgésico natural que reduz o estresse e a ansiedade, aliviando as tensões e sendo até recomendado no tratamento de depressões leves.

#3. Contate com a natureza:

Nós PAS temos uma afinidade especial com a natureza. Caminhar através de espaços verdes pode colocar o cérebro em um estado meditativo, permitindo que você preste atenção ao mundo ao seu redor, criando a calma necessária para a reflexão. Dê uma volta numa floresta tranquila ou um caminho de país, observe a beleza ao seu redor e sinta a tensão e o estresse se evaporarem.

#4. Dê-se um tempo:

Já sei que nunca lhe sobra tempo e que o mais provável é que você tenha a sensação de que sempre lhe falta. Então, como se dar-se tempo? Um bom truque consiste em tomar a decisão consciente de criar tempo para desconectar. Você pode começar com cinco minutos e ir aumentando o tempo. Com a mente descansada você se tornará mais efetivo(a) e passará a executar melhor e mais rapidamente suas tarefas. Experimente.

#5. Estruture seu cotidiano:

Muitas opções em aberto e muitas decisões a tomar no dia a dia podem ser algo estressante para uma PAS. Sei que parece contraditório, mas ter uma rotina estruturada ajuda-nos a relaxar, na medida que nos libera da tarefa de decidir o que priorizar a cada momento. Isso nos deixa mais equilibrados para lidar com possíveis imprevistos. Se você sente que há muitas coisas fora de controle na sua vida, comece por estruturar pequenas rotinas. Inicie com algo simples como ir para a cama no mesmo horário todas as noites. Modificar pequenos hábitos fará com que gradualmente se torne mais fácil alcançar os maiores.

#4. Seja slow:

Uma das minhas clientes de coaching descreveu assim sua “espiral do estresse”: ansiedade-aceleração-exaustão. Isso lhe parece familiar? Pois bem, a melhor maneira de interromper esse circuito é desacelerar. Diminua intencionalmente a sua velocidade: ande mais devagar, respire mais devagar, coma mais devagar. Viva mais devagar.  E já que estamos falando nisso, espero que você já saiba que não existe o tal “multitarefa”.  Executar várias tarefas ao mesmo tempo pode parecer produtivo, mas na realidade nos torna mais lentos na medida em que não conseguimos concentrar-nos o suficiente numa só tarefa para poder conclui-la. E também mais estressados. Portanto, faça uma coisa de cada vez. E sem pressa.

#5. Limpe sua agenda:

Cancele encontros e obrigações desnecessárias. Em outras palavras “aprenda a dizer não”. Superar o hábito de dizer sim a tudo e a todos é uma necessidade de sobrevivência e uma atitude indispensável se você quiser gerenciar melhor seu  tempo/energia e, em consequência, diminuir o estresse em sua vida. Antes de dizer sim a um encontro, convite ou proposta, pare um minuto e cheque o seu interior. Se a ideia lhe produz uma sensação boa siga em frente. Caso contrário encontre uma maneira delicada de recusar.

#6. Evite estimulantes:

Muitas pessoas altamente sensíveis recorrem a estimulantes como cafeína e cigarros (nicotina) para lidar com o estresse e a exaustão. Embora os estimulantes e os depressivos, como o álcool, tenham um efeito de alívio à curto prazo, quando usados de maneira constante contribuem para o aumento do estresse e da ansiedade. A cafeína, por exemplo, possui efeitos estimulantes que podem causar ansiedade, desencadear ataques de pânico e aumentar o nervosismo e a irritabilidade. Evitar ou limitar os estimulantes e o álcool ajudará a diminuir a frequência com que você experimenta e melhorar a maneira como você lida com o estresse e a ansiedade. 

#7. Pratique um hobby focado nos sentidos:

A ansiedade e a tendência a viver no futuro constituem uma das grandes causas de estresse nas PAS. Por conta disso, os hobbies que exigem um foco sensorial leve podem ser extremamente relaxantes, pois lhe ajudam a permanecer no presente. Certifique-se de que seu hobby não esteja relacionado ao seu trabalho e nem seja algo que você está fazendo para agradar alguém. Também é recomendável escolher algo que você possa fazer em particular, assim não terá que se preocupar com o julgamento externo.  Algumas ideias a considerar incluem colorir, cozinhar, costurar, jardinagem ou ioga.

#8. Desista de querer controlar tudo:

Costumo chamar de “mania de controle” esse estado mental de querer que tudo saia exatamente do jeito que planejamos.  Boa parte desse desejo vem do nosso perfeccionismo e do medo de cometer erros. Queremos controlar todos os fatores para garantir que tudo saia “perfeito” e que não sejamos julgados negativamente, nem pelos outros nem por nós mesmos. Acontece que querer controlar tudo (e todos) é um estressor cinco estrelas. Simplesmente porque constitui uma meta impossível de ser atingida. Esta atitude não apenas acrescenta toneladas de estresse à sua vida, como também prejudica fortemente suas relações ao lhe converter numa pessoa inflexível que acredita que sempre sabe a maneira correta de fazer as coisas.

Por fim, gostaria de acrescentar um último conselho: arrisque-se! Nem todo estresse é negativo. E ainda que a realização dos nossos sonhos custe algum estresse e saturação, a recompensa vale à pena o esforço. E antes que você pense que eu enlouqueci e que estou contrariando tudo o que afirmei ao longo deste artigo, deixe-me dizer-lhe uma última coisa: o sentido do autocuidado não é o de ser uma forma sofisticada de se esconder do mundo. Ao contrário, o sentido do autocuidado é o de proporcionar a base da sensibilidade equilibrada que lhe permite alçar voo em direção aos seus sonhos.

Espero que algumas destas dicas lhe sejam úteis. Se quiser apoio para definir as melhores práticas de autocuidado e de redução do estresse para sua vida, me escreva para começarmos um percurso de coaching. E se quiser receber nossos artigos e outras novidades do blog, basta clicar na imagem abaixo e assinar a minha Newsletter.

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