Introvertida, eu?

Ser uma introvertida está em geral associado à negatividade. Uma leitora do nosso blogue relata em uma crônica o significa para ela dessa experiência.

Introvertida, eu?

Por: Rubia Albuquerque

Cresci me vendo e ouvindo dos outros que eu era uma pessoa extrovertida. Sempre sorridente, com facilidade para falar em público, formada em Comunicação Social. O que mais eu poderia ser?

Há aproximadamente dois anos uma pessoa me passou um teste. Eu, viciada em testes, já fui logo fazendo. Para a minha surpresa a sigla começava com a letra ‘I’ – de introvertido. Foi um choque! Ler aquela palavra tão temida – introvertido – numa descrição sobre a minha personalidade foi muito ruim. Mas, como tudo na vida, passou. E comecei a ler mais sobre o meu tipo e também sobre o que significa ser introvertido.

De uma maneira geral, o ser introvertido é visto como algo muito negativo. É a pessoa que não se socializa, que não sabe viver em comunidade. É o “bicho do mato”. Somos obrigados a, como uma manada, nos comportarmos de maneiras similares e seguindo sempre o mesmo caminho. Quem discorda, quem dá meia volta ou pega um caminho diferente incomoda, choca e normalmente é deixado de lado. Num mundo de extrovertidos, quem é mais reservado percebe isso de uma maneira mais clara.

Ler sobre a introversão me ajudou a abrir a mente e ver este mundo com novos olhos. Muitas coisas que por vezes eram taxadas como “comportamento depressivo” nada mais era do que eu, euzinha, saudavelmente introvertida. Esta foi a melhor parte! Gosto de ler e muitas vezes prefiro a companhia de um bom livro do que de pessoas. Isso não é depressão, que alívio! Apesar de falar em público, todas as vezes eu fico nervosa e com as mãos geladas. Não é um problema! Na verdade, é uma vitória – enfrentar um desafio e superá-lo. Nem todos são comunicadores natos e ser o centro das atenções não deixa todo mundo confortável.

Durante este processo eu me lembrei de algo que aconteceu comigo quando eu ainda era criança. Criança grande, pré-adolescente, talvez. Meus pais e minha irmã são mais extrovertidos. Um dia eu estava vendo minha irmã envolvida num evento, participando e tudo o mais. Eu, sentada, no fundo do salão, pensei: preciso vencer a minha timidez. Se eu continuar assim o resto da minha vida vai ser muito mais difícil conquistar os meus objetivos. Não sei de onde veio este pensamento, mas me lembro claramente desta situação. Acredito que, no fim das contas, foi o que tentei nos anos seguintes. Mas a gente não tem que “vencer” a introversão, só aprender a conviver bem com ela. Estou mais feliz desde que me descobri INFJ, aprendendo a melhorar meus defeitos e aceitar minhas qualidades. E isso fortaleceu algumas decisões que tomei ao longo do caminho (posso contar sobre isso um outro dia).

Hoje percebo que muitos introvertidos acabam se deixando limitar pelos tabus. Ou se assentam confortavelmente dentro dos seus limites. Eu, particularmente, não quero que isso aconteça comigo. É um desafio constante, mas nada que não possa ser vivido um dia de cada vez.

Sobre a autora:

Rúbia G. Albuquerque

É jornalista, leitora voraz e entusiasta da tecnologia. Gosta de letras e números, adora viajar e aprender. Escreveu um livro de ficção chamado 100 dias na Terra que pode ser adquirido na versão impressa aqui ou na Amazon aqui.

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